"Vou sofrer por amor.
Antes de qualquer relação,
já sei que vou sofrer por amor.
É um adicional de consciência dos quarenta anos.
Vou sofrer por amor, não morrer de amor.
Poderia morrer de amor na adolescência.
Graças a Deus que não aconteceu.
O romance adolescente é explosivo, extremista e insuportável, é tudo ou nada: alguns sucumbem ao efeito Werther.
Não diria que é um relacionamento, mas um pacto.
Nesta época, somos raivosos com o mundo, com os pais e impregnados de grandes demonstrações de desapego e valentia.
Ao sobreviver ao primeiro e letal enlace juvenil, criei imunidade para não morrer de amor.
É como catapora, caxumba, agora não serei mais vítima da tragédia.
Envelhecerei amando, compreendendo desde sempre que não existe como me isentar do sofrimento.
Haverá atrito, conflito, desentendimento, ciúme, ameaças, brigas.
O pior sempre está com o melhor.
Não tenho como fugir do pacote.
Depois do enamoramento, da entrega absoluta, das noites emendadas de sexo, da concordância plena, experimentarei um ciclo do desespero.
É quando nasce a rivalidade com o tempo:
será que ela é para toda vida ou não?
Assim como entregamos nossa porção mais nobre no início, vamos apresentando nossa porção maldita com a convivência.
Para ver se nossa namorada suporta, aceita e, principalmente, nos perdoa pelos defeitos.
No começo, amamos porque o outro é perfeito.
No decorrer da convivência, temos que amar com a clara noção de que o outro não é perfeito.
Não preciso ser profeta para antever o que vou passar, para descobrir que atravessarei mais uma ruptura provisória ou definitiva.
Irei chorar, emagrecer, sumir, desaparecer, não atender aos amigos, enlouquecer, beber litros de Jack Daniels, voltar a fumar, ser insensível e me vestir mal.
Não tenho um repertório muito farto. É realmente o que ofereço.
Não sou daqueles que o amor pode ser medido por aquilo que sofro.
Qualquer mulher vai se danar ao quantificar o que sinto pela minha dor.
A dor não é bafômetro do amor masculino.
O que prova que o homem realmente amou é sua insistência, o quanto ele se modifica para retomar os laços, o quanto aceita quebrar os pré-requisitos para continuar a história.
O que prova que o homem realmente amou não é a fossa, mas a esperança.
É sua vontade sempre aguda de voltar e tentar novamente.
O sofrimento só sinaliza o nosso egoísmo.
O luto só revela nossa ingratidão.
O desespero só anuncia nosso orgulho ferido.
O que prova que o homem realmente amou é sua força de vontade para reaver a conquista."
Vou sofrer por amor, não morrer de amor.
Poderia morrer de amor na adolescência.
Graças a Deus que não aconteceu.
O romance adolescente é explosivo, extremista e insuportável, é tudo ou nada: alguns sucumbem ao efeito Werther.
Não diria que é um relacionamento, mas um pacto.
Nesta época, somos raivosos com o mundo, com os pais e impregnados de grandes demonstrações de desapego e valentia.
Ao sobreviver ao primeiro e letal enlace juvenil, criei imunidade para não morrer de amor.
É como catapora, caxumba, agora não serei mais vítima da tragédia.
Envelhecerei amando, compreendendo desde sempre que não existe como me isentar do sofrimento.
Haverá atrito, conflito, desentendimento, ciúme, ameaças, brigas.
O pior sempre está com o melhor.
Não tenho como fugir do pacote.
Depois do enamoramento, da entrega absoluta, das noites emendadas de sexo, da concordância plena, experimentarei um ciclo do desespero.
É quando nasce a rivalidade com o tempo:
será que ela é para toda vida ou não?
Assim como entregamos nossa porção mais nobre no início, vamos apresentando nossa porção maldita com a convivência.
Para ver se nossa namorada suporta, aceita e, principalmente, nos perdoa pelos defeitos.
No começo, amamos porque o outro é perfeito.
No decorrer da convivência, temos que amar com a clara noção de que o outro não é perfeito.
Não preciso ser profeta para antever o que vou passar, para descobrir que atravessarei mais uma ruptura provisória ou definitiva.
Irei chorar, emagrecer, sumir, desaparecer, não atender aos amigos, enlouquecer, beber litros de Jack Daniels, voltar a fumar, ser insensível e me vestir mal.
Não tenho um repertório muito farto. É realmente o que ofereço.
Não sou daqueles que o amor pode ser medido por aquilo que sofro.
Qualquer mulher vai se danar ao quantificar o que sinto pela minha dor.
A dor não é bafômetro do amor masculino.
O que prova que o homem realmente amou é sua insistência, o quanto ele se modifica para retomar os laços, o quanto aceita quebrar os pré-requisitos para continuar a história.
O que prova que o homem realmente amou não é a fossa, mas a esperança.
É sua vontade sempre aguda de voltar e tentar novamente.
O sofrimento só sinaliza o nosso egoísmo.
O luto só revela nossa ingratidão.
O desespero só anuncia nosso orgulho ferido.
O que prova que o homem realmente amou é sua força de vontade para reaver a conquista."