terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Os Seis Sinais de uma Amizade Verdadeira

Quem é que não sonha em não ser um amigo fiel e leal? Infelizmente, as vezes depositamos uma confiança na nossa frente, em alguém, que definitivamente não merece ter. Além disso, ter amigos é diferente de manter amigos. pois, a ideia da posse da amizade, ou seja, de ter o amigo, provoca enganos fatais que minam a relação, afinal ninguém pode ter o outro ou querer que ele seja, ou aja a seu modo.




Ter amizades verdadeiras é um desejo comum, porém, além de ser um desejo, é também uma necessidade. Pode-se dizer que é praticamente impossível viver sozinho e não depender de ninguém para coisa alguma. 

Então, vamos conhecer alguns...
 Sinais de uma Amizade Verdadeira!





1. Apoio em todos os momentos: 
Os amigos verdadeiros estão presentes para celebrar os bons momentos, mas também para nos aturar nas fases mais complicadas da vida. Se confia em alguém para estar perto de si nesses momentos difíceis, então é porque se tratará de uma amizade genuína.






2. Chamam atenção quando estamos errado: 
Os verdadeiros amigos não vêem só o nosso lado positivo. Conseguem também distinguir os nossos defeitos e, não só os aceitam, mas também nos ajudam a perceber quando estamos cometendo um erro ou uma injustiça. No caso de uma amizade mais superficial nunca lhe dirão que está a cometer um erro, ou apontar os seus defeitos.







3. Perdão: 
Todos cometemos erros de vez em quando no que toca às nossas relações. Os bons amigos têm a capacidade de sobreviver às tempestades, de engolir o orgulho e perdoar. Os verdadeiros amigos compreendem-se, e como tal torna-se mais fácil resolver um conflito.

4. Estão presentes: 
Vocês podem não se falar todos os dias, mas ela sabe das coisas importantes que acontecem na sua vida.







5. Sabem do nosso potencial e nos impulsionam: 
Nossos amigos geralmente sabem do que somos capazes e nos dão aquela coragem que precisamos para enfrentar desafios e mudanças seja na vida profissional ou pessoal. É o amigo que vai te encorajar a procurar um emprego melhor ou dar o “pé na bunda” nas pessoas que te trairam.










6. Ouvem realmente: 
Quantas vezes já tentou manter uma conversa em que a outra pessoa acaba inevitavelmente a falar dela própria? Existe uma diferença entre procurar entender e simplesmente esperar sua vez de falar. As conversas com verdadeiros amigos não são unilaterais, e ouvem realmente com interesse o que tem para dizer.






Os verdadeiros amigos não só enxugam suas lágrimas, mas também perguntam o por quê delas.
William Shakespeare




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

"Jesus motociclista"


Jesus motociclista


Texto por: Carlos Magno Sena - Cantor


             Se no tempo em que Jesus andou pela Palestina, existisse motocicleta, óleo 40 e gasolina, com certeza ele teria uma, toda envenenada, toda fina...talvez uma Harley, uma Suzuki, mas pelo que parece, pelas teias que a historia tece, talvez uma moto humilde, sem atrativos demais, para melhor combinar com sua filosofia de humildade, amor e paz.

            E Jesus seguia sua sina, de moto pela Palestina, para desespero de seu pai, o tal Jose carpinteiro, que gritava o dia inteiro : - Menino , pára com isso! Motocicleta é perigoso, tu pode se machucar! Esse bicho é muito bravo, pode até te matar! E o povo precisa de Ti, para poder se salvar! No que Jesus respondia, enquanto suavemente ria : - Esquenta não, Pai  José, que não me acontece nada! Essa moto é abençoada, ela não estraga á toa, e na hora do perigo, ela voa!!

            Tudo na vida tem hora, tem tempo e tem vez, e como o tempo não pára, Jesus chegou aos 33. Tinha uma sina a cumprir, não havia como fugir. Subiu em sua moto, foi pro deserto meditar, acelerou na areia, com o diabo a espreitar. Satanás tentou de tudo, para nosso Messias desvirtuar. Jesus não recuou nem um pé, como um homem de verdade faz, acelerou a moto na cara de Satanás, que saiu apavorado...gritando feito um tresloucado – Posso até ser malvado, mas não sou desmiolado! Com esse motociclista, até eu saio da pista!

            Jesus voltou triunfante, em sua moto abençoada, “milagreando” a quem quisesse, saudando a criançada. Entrou na Palestina, com mais de mil motos atrás, despertou a inveja dos homens, que só comentavam por trás : - Quem é esse cabeludo, com essa moto abençoada? Ele está criando balbúrdia, ta criando revolução, agitando a multidão! Pôncio Pilatos vai saber...antes do pior acontecer...

            Delataram Jesus a Pilatos, que chamou o motociclista. – Que tipo de Rei é você? Cabeludo e numa moto a andar? Ta criando revolução ? Ta querendo a massa agitar? Por que essa agitação?



            Na verdade o que acontecia, e que não se esclarecia, era que Pilatos, a fera, motociclista não era. Vivia trancafiado em seu castelo mofado, muito sem graça vivia, assinando papel todo dia, numa eterna burocracia. Ser livre era o que ele queria, mas por força do destino não podia. Pilotar moto era o que ele queria. Lavou suas mãos, e  então, jogou nosso Messias nas mãos da multidão. Um pobre povo infeliz, que labutava dia a dia, para da triste vida tirar o seu sustento, sem nunca ter tido o moto, nem sentido na cara o vento. Quem não era motociclista gritava : - CRUCIFICA! CRUCIFICA! 

            Pregaram Jesus na cruz, as motos silenciaram... três dias depois na sua tumba, nem capacete acharam...o resto da história, todos sabendo ficaram...
            Ele disse que vai voltar, com sua moto abençoada, vai descer aqui na terra, por ordem na porcariada, consertar tudo que o homem fez, pois 90 % é cagada : fome miséria, guerra, crime e gente sem terra. E quando Ele voltar, vai fazer um mundo melhor, um mundo onde carros e motos convivam em harmonia, onde vai ter encontro, churrasco e viagem em qualquer dia. Um mundo de duas, três ou quatro rodas, não importa, o que será importante na ocasião, é irmão abraçar irmão.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Império Celta

By: Peter Berresford Ellis

«Os Celtas foram o primeiro povo europeu a norte dos Alpes a emergir nos registros da História. Num determinado período de tempo, dominaram o Mundo Antigo desde a Irlanda, a oeste, até à Turquia, a leste, à Bélgica, a norte, e à Espanha e Itália, ao sul. Fizeram inclusive sentir a sua presença no Egito dos faraós ptolomaicos, onde tentaram, de acordo com um antigo historiador, um golpe de Estado para ganhar controle sobre o país. Saquearam Roma, invadiram a Grécia e destruíram todos os exércitos que as cidades estatais da Grécia lhes podiam enviar. As suas armas sofisticadas e as suas possantes quadrigas devastaram todos os adversários.
De acordo com Tito Lívio (59 a.C. – 17 d.C.), na altura em que Tarquínio, o Soberbo, era Rei de Roma (c. 534 – 508 a.C.), Ambigatos dos Bitúriges regia um Império Celta «tão abundante em homens e frutos da terra que parecia impossível governar uma população tão grandiosa». Esta afirmação, segundo a opinião do acadêmico Dr. Eoin Mac Neill (Phases of Irish History, 1919), era a base de muitos dos escritos dos historiadores do séc. XIX que se dedicaram ao estudo do “Império Celta” na Antiga Europa.
Eu escolhi o título "O Império Celta" para esta narrativa de forma um tanto ou quanto jocoso. Qualquer semelhança a um império, tal como o conhecemos, como o Império Romano ou outros exemplos mais recentes, é de facto ilegítima. Nele não despontam conhecidas e sustentáveis séries de imperadores celtas, detentores de supremo e extensivo domínio político sobre numerosos súbditos. Contudo, eu creio que há uma justificação para o meu controverso título, como será demonstrado neste livro, na medida em que, durante o período da expansão celta, as tribos celtas e suas confederações de tribos se espalharam pelo Mundo Antigo, desafiando todos os que se lhes opunham e fixando-se como povo dominante nas áreas que conquistavam.
Desta forma expandiram-se até à Península Ibérica, ao norte de Itália, a este, no que é hoje território checo, ao longo do vale do Danúbio até ao Mar Negro, deslocando-se para a Ásia Menor onde instauraram o Estado da Galácia no século III a.C., Estado esse que nos facultou as primeiras informações acerca das instituições políticas celtas.
O Império Celta não é apenas mais uma obra sobre os aspectos linguísticos, culturais ou sociais dos primórdios da sociedade celta. Nos anos mais recentes têm aparecido variados estudos (uns bons, outros maus) que abordam estes pontos de vista. No entanto, tem-se verificado uma singular falta de pesquisa histórica sobre os povos celtas no Mundo Antigo que se possa considerar como dirigido a um público leitor geral. A maioria dos povos da antiguidade tem sido protagonista e tema de compêndios históricos generalizados ou generalistas, como os Gregos, os Fenícios, os Etruscos, os Cartagineses e os Romanos. Seria por isso tempo de ser atribuído aos Celtas tal registo e este volume é uma tentativa de colmatar essa necessidade.»

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O amor tem um limite que se chama dignidade.

O amor sempre terá um limite: a dignidade. 
Porque o respeito que cada um de nós temos por nós mesmos tem um preço muito alto e jamais irá aceitar cortes para saciar um amor que não é suficiente, que machuca e nos deixa vulneráveis.
Dizia Pablo Neruda que o amor é curto e o esquecimento é muito longo. Mas no entremeio sempre há aquela “luz de vagalume” que se acende de forma natural nas noites escuras para nos indicar onde é o limite, para nos lembrar que é melhor um esquecimento longo do que uma grande tormenta na qual acabamos vendendo a nossa dignidade.
Às vezes o melhor remédio é esquecer o que se sente para recordar o que valemos. Porque a dignidade não deve ser perdida por ninguém, porque o amor não se roga nem se suplica, e embora nunca se deva perder um amor por orgulho, também não se deve perder a dignidade por amor.
Acredite ou não, a dignidade é esse elo frágil e delicado que tantas vezes comprometemos, que pode romper e desfazer as ligações dos nossos relacionamentos amorosos. Há muitas ocasiões em que cruzamos essa fronteira sem querer até nos deixarmos levar por alguns extremos nos quais nossos limites morais tornam-se fracos, pensamos que por amor tudo vale a pena e que qualquer renúncia é pouca.
Porque o amor e a dignidade são duas correntes em um oceano convulso, no qual até mesmo o marinheiro mais experiente pode perder o rumo.

O orgulho e a dignidade do amor próprio

Muitas pessoas costumam dizer que o ego alimenta o orgulho e o espírito alimenta a dignidade. De qualquer forma, estas duas dimensões psicológicas são duas habitantes cotidianas das complexas ilhas de relacionamentos amorosos, que às vezes costumam ser confundidas.
O orgulho, por exemplo, é um inimigo bem conhecido que costuma ser associado ao amor próprio. No entanto, ele vai um passo além, pois o orgulho é um arquiteto especializado em levantar muros e cercas nos nossos relacionamentos, em decorar cada detalhe com arrogância e em encontrar o vitimismo em cada palavra. Apesar de todos estes atos destrutivos, o que realmente está mascarado é uma baixa autoestima.
Enquanto isso, a dignidade é justamente o contrário. Ela age o tempo todo a ouvir a voz do nosso “eu” para fortalecer o ser humano mais belo, o respeito por nós mesmos sem esquecer o respeito pelos outros. Aqui o conceito do amor próprio adquire o seu pleno significado, pois se alimenta dele para se proteger sem prejudicar os outros: sem causar efeitos “colaterais”, mas validando em todos os momentos a própria autoestima.

A dignidade tem um preço muito alto

A dignidade não se vende, nem se perde nem se presenteia. Porque uma derrota a tempo sempre será mais digna do que uma vitória se conseguirmos sair “inteiros” dessa batalha, com o queixo erguido, o coração inteiro e uma tristeza que vai acabar renovando as esperanças.

As pessoas costumam pensar que não há nada pior do que ser abandonado por alguém que amamos. Não é verdade, o mais destrutivo é se perder amando quem não nos ama.

No amor saudável e digno não se encaixam martírios ou renúncias, aquelas em que dizemos que vale tudo só para estarmos ao lado do ser amado. Não adianta nos posicionamos à sua sombra, onde já não irão mais restar dias ensolarados para o nosso coração nem estímulos para as nossas esperanças.
Por isso, e para evitar cair nestas correntes emocionais convulsivas, vale a pena refletir sobre as seguintes questões, que sem dúvida podem nos ajudar:
  • Nos relacionamentos amorosos os sacrifícios têm limites. Não somos obrigados a responder a todos os problemas do nosso parceiro/a, a oferecer ar sempre que ele/a quiser respirar, nem a apagar a nossa luz para que a dele/a brilhe. Lembre-se de onde está o verdadeiro limite: na sua dignidade.
  • O  amor se sente, se toca e se cria todos os dias. Se não percebermos nada disto, pedir não vai adiantar nada, assim como não adianta esperarmos sentados que aconteça um milagre que não tem sentido. Assumir que já não somos amados é um ato de valentia que vai evitar que fiquemos à deriva em situações delicadas e destrutivas.
  • O amor jamais deverá ser cego. Por muito que se defenda esta ideia, é necessário lembrar que sempre será melhor se oferecer a alguém com os olhos bem abertos, o coração entusiasmado e com a dignidade muito alta. Só então seremos autênticos arquitetos destas relações dignas que valem a pena, onde pode-se respeitar e ser respeitado, criar todos os dias um ambiente saudável onde nem “tudo vale”, sem jogos de poder nem sacrifícios irracionais.


A dignidade é e será sempre o reconhecimento de que somos merecedores de coisas melhores, porque sempre será melhor uma solidão digna do que uma vida de carências, do que relacionamentos incompletos que nos fazem acreditar que somos atores secundários no teatro da nossa existência. Não permita isso, não perca a sua dignidade por ninguém.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dicas de pilotagem: Curvas!




Um dos maiores desafios na pilotagem de uma motocicleta é conduzi-la corretamente em curvas, sejam elas de baixa ou alta velocidade.
Para facilitar o entendimento desse artigo, tomei como base motocicletas Harley Davidson "Custom" rodando em estradas asfaltadas (embora o princípio seja válido para qualquer moto) em velocidades acima de 60 km/h.
Existem vários aspectos que devem ser considerados numa curva; tais como redução de velocidade, posição do corpo, piso, etc. tratados exaustivamente em outros artigos por vários de vocês. Correndo o risco de me tornar repetitivo, volto ao tema concentrando-me em três daqueles que julgo os mais importantes:


Contra-esterço


Sem que saibamos o que é o contra-esterço e como ele atua, corremos sérios riscos de acidentes.

Esterço é o movimento de guidon que fazemos para executar uma curva.
E porque contra? Como o próprio nome diz, para fazer uma curva para a DIREITA temos que, delicadamente, esterçar o guidon para a ESQUERDA ! Parece uma loucura mas não é, trata-se tão somente da física atuando com o chamado efeito giroscópico. Para ficar mais claro, existe um teste muito simples que pode ser feito com dois copos de vidro ou de plástico. Pegue dois copos idênticos cujas bocas sejam maiores do que os fundos e coloque-os com as bocas encostadas uma na outra. Prenda os copos nessa posição usando fita durex ou isolante. Colocando os copos presos sobre uma superfície plana você verá que o meio é mais alto do que as extremidades tal qual o pneu dianteiro da moto. Quando a moto esta em linha reta ela vai se apoiar exatamente no meio (onde os copos estão fixados). Gire os copos para a esquerda (como se estivesse girando o guidon) encostando o copo da direita na mesa (a moto se apoia na lateral do pneu nas curvas), agora com a palma da mão empurre o copo que esta apoiado na mesa para a frente: embora ele esteja virado para a esquerda ele vai girar para a DIREITA !

Como é que até hoje eu fazia as curvas com a minha moto sem perceber que estava fazendo isso? INSTINTO. Pilotagem de moto é altamente instintiva e falaremos disso mais à frente. No caso do contra-esterço é fundamental que o utilizemos conscientemente e a nosso favor, evitando situações como a experimentada por mim em meados de 2009. Eu estava descendo a serra de Petrópolis quando no viaduto que antecede um túnel me vi mais rápido que minha competência permitia. Fiz quase tudo errado: toquinhos no freio da frente e tapinhas no freio traseiro de nada adiantaram, cada vez mais eu me aproximava do limite da pista. Já em pânico pensei: "- tenho que girar mais o guidon para a esquerda", ou seja fiz exatamente o contrário pois a curva era para a esquerda e eu não sabia absolutamente nada de contra-esterço. O anjo da guardo tomou o guidon das minhas mãos e conseguiu fazer a curva. Passei a um dedo (do Lula) da mureta do viaduto.

Se você ainda não acredita no tal de contra-esterço, pegue sua moto e vá para uma avenida larga e sem movimento e a 40 Km/h empurre a manete da direita delicadamente para a frente. A moto vai se inclinar para a direita e vai começar a curvar para o mesmo lado.


Olhar


A motocicleta vai para onde você olha. 


Muita gente se acidenta em uma curva ao fixar o olhar no acostamento, no guard-rail, no carro ou na moto que vem em sentido contrário ou naquele que está a seu lado.

Nas fotos, observe para onde está voltada a cabeça do piloto e a direção que a moto está tomando:









Na sequência abaixo o piloto, ao fixar o olhar no carro, desistiu da curva, tirou a inclinação da moto e foi atraído para ele como se fosse um imã. Bastaria tão somente olhar para o ponto de saída da curva e contra-esterçar com vontade, o espaço era suficiente para evitar o acidente:



Repare que na primeira foto a moto está inclinada mas não no limite, significando que poderia contra-esterçar ainda mais. 





Porém, a partir do momento em que o componente OLHAR se desviou da SOLUÇÃO e passou a se fixar no PROBLEMA (o carro), o nosso amigo piloto desistiu da curva, tirou a inclinação da moto, provavelmente usou o freio de forma errada e totalmente desequilibrado em cima da moto caminhou como um boi caminha para o matadouro. 



Provavelmente a culpa foi atribuída aos malditos pneus Dunlop. 
Aqui vocês tem ainda o resto da sequência. 

Tomem a árvore como referência e reparem que o carro chegou a parar!!!








Lembre-se, olhar para onde você quer que a moto vá é a SOLUÇÂO, olhar para obstáculos é o PROBLEMA, olhe sempre para a SOLUÇÂO, jamais para o PROBLEMA.

Seu olhar tem que ser como a luz do farol, ele não deve se fixar em nenhum ponto e sim avançar 2 ou 3 segundos à frente, para onde você quer que a moto vá. Não desvie jamais o olhar do seu objetivo, especialmente no meio de uma curva. Quando a curva permitir, olhe para onde você quer, o seu ponto de saída. Combinar o olhar com o contra-esterço, além de resultar em curvas redondas, reduz drasticamente os riscos de acidentes. 

Observe os olhares de foco dos pilotos.


Mesmo que o piloto não queira, seus limites são variáveis em função de uma série de fatores. 
O mais notável‚ a experiência. À medida que o motociclista vai pilotando diariamente, seus limites são alterados, para mais ou para menos, dependendo da situação. 

Exemplo prático: um motociclista novato, que faz diariamente o mesmo roteiro da casa para o trabalho ou escola, cada dia, pode aprender alguma lição que aumente seu limite. Quanto mais curvas ele fizer, mais intimidade terá com as forças da Física que tentam manter a moto na trajetória reta. Depois de algum tempo, tudo será automático e até‚ uma mudança de atrito no asfalto ser driblada com tranqüilidade.


Negociando a entrada da curva

Para aproveitar ao máximo o espaço disponível e com isso aumentar o raio da curva facilitando o seu contorno, nosso ponto de entrada é o lado externo da curva, isto é: se a curva é para a direita o ponto de entrada será o extremo esquerdo da pista de rolamento. No meio da curva está o ponto de tangência no extremo à direita. O ponto de saída, nesse caso, será no extremo à esquerda da pista de rolamento. Olhando o desenho ao lado fica mais fácil de entender. 

Sempre que possível, visualizar o ponto de tangência da curva e fazer a entrada no lado oposto ao mesmo. Isto é, se o ponto de tangência está à sua esquerda você faz a entrada de curva no limite à direita e vice-versa.

A velocidade de entrada na curva é fundamental para que ela seja feita da forma mais eficiente e segura possível. É preferível reduzir a marcha e entrar em uma velocidade mais baixa com o motor "cheio" e acelerar gradualmente a entrar numa velocidade alta e ter necessidade de reduzi-la "dentro" da curva. 

Na primeira situação - velocidade mais baixa - o conjunto de movimentos será harmonioso, já no segundo caso - velocidade excessiva - você vai ter muito mais trabalho para contrariar o comportamento da moto (mais velocidade = menos inclinação = maior dificuldade de reduzir velocidade = maior dificuldade de passar no ponto de tangência desejada) 



A importância de subir as rotações do motor antes de entrar na curva (através da redução de marcha) é para sua utilização como "freio motor" caso necessário. Jamais use os freios dianteiro ou traseiro dentro de uma curva. Basta fechar a manete de aceleração que a moto reduzirá e inclinará ainda mais, ajudando na curva. É muito mais seguro entrar em uma curva desconhecida reduzindo para uma marcha mais baixa, com motor "esgoelando", do que entrar "solto" em uma marcha alta.


Outra providência em curvas mais rápidas é transferir o centro de gravidade para o mais próximo do solo, para isso basta deixar de preguiça e passar o peso do corpo para a pedaleira/plataforma do lado interno da curva aliviando a bunda no banco. Nas tourings isso é um santo remédio para acabar com as pequenas reboladas.





E uma recomendação que poderá salvar sua vida: 


JAMAIS DESISTA DE UMA CURVA DEPOIS DE INICIADA, a partir do momento em que você tomou sua decisão vá até o fim. Se entrou rápido demais, feche a manete de aceleração e incline a moto mantendo o olhar para o ponto de saída da curva, sem se preocupar com a pedaleira raspando no chão e, principalmente, SEM OLHAR para os obstáculos: carros em sentido contrário, guard-rails, caminhão ao seu lado, acostamento, etc...
Fixe o olhar no seu objetivo e acredite que você conseguirá.

Existe uma forma de fazer uma frenagem de emergência em uma curva utilizando o freio dianteiro no seu limite. Além de exigir muito treino é fundamental que a negociação da entrada da curva tenha sido feita de forma adequada. Se você perceber que a velocidade está muito além do permitido pela curva e não tiver condições de usar o freio motor, retire a inclinação da moto, colocando-a em pé com o guidom reto e aplique o freio dianteiro com vontade sem deixar a roda bloquear e antes de passar para a pista contrária, solte o freio, contra-esterce com vontade e continue na curva. Isso parece difícil, e é, mas lembre-se que se a negociação da curva foi bem feita a perpendicular que vai do ponto de tangência até o limite do ponto de saída lhe proporciona alguns bons metros que podem ser a diferença entre cair ou retomar a curva, agora em velocidade mais baixa.

Treino


Não adianta encontrarmos culpados para os sustos e acidentes que sofremos, vestirmos verdadeiras armaduras medievais para pilotar se não fizermos o fundamental: praticar. 

É a melhor maneira de criar memória em nossos músculos e neurônios das ações que pretendemos transformar em reflexos.

Vale a pena estabelecer um programa de treinamento com colegas, escolher um local seguro, levar uma trena, fazer marcações e começar treinando frenagens de emergência, primeiro a 40 km/h , depois a 60 km/h e assim sucessivamente. Garanto que muitos de nós ainda não vimos o pneu dianteiro de nossas motos bloquearem. É melhor descobrir em treinamentos e saber como proceder do que numa situação real. Até mesmo frenagens de emergência em curvas podem e devem ser praticadas. Utilize um local sem trânsito e simule curvas com frenagens no meio e continuação da curva, primeiro em velocidades baixas 40, 50 Km/h. Depois em estradas sem movimento, simule a 70/ 80 km/h. 



Garanto que os dividendos valem a pena.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Janelas douradas


0 menino trabalhava duro o dia todo, no campo, no estábulo e no galpão, os seus pais eram fazendeiros pobres e não podiam pagar um ajudante. Mas quando o sol se punha, seu pai deixava aquela hora só para ele. 0 menino subia para o alto de um morro e ficava olhando para um outro morro, alguns quilômetros ao longe.

Nesse morro distante, via uma casa com janelas de aura brilhante e diamantes. As janelas brilhavam e reluziam tanto que ele piscava. Mas, pouco depois, as pessoas da casa fechavam as janelas para fora, ao que parecia, e então a casa ficava igual a qualquer casa comum de fazenda. 0 menino achava que faziam isso por ser hora do jantar; então voltava para casa, jantava seu pão com leite e ia se deitar.

Um dia, o pai do menino chamou-o e disse:
- Você tem sido um bom menino e ganhou um feriado. 
Tire esse dia para você; mas lembre-se de que Deus o deu, e tente usá-lo para aprender alguma coisa boa.




0 menino agradeceu ao pai e beijou a mãe. Guardou um pedaço de pão no bolso e partiu para encontrar a casa de janelas douradas. Foi uma caminhada agradável. Os pés descalços deixavam marcas na poeira branca e, quando olhava para trás, parecia que as pegadas o estavam seguindo e fazendo companhia. A sombra também seguia ao seu lado, dançando e correndo como ele desejasse; estava muito divertido.
O tempo foi passando e ele se sentou com fome. 
Sentou-se a beira de um riacho que corria atrás da cerca e comeu o seu almoço seguindo depois em frente.
Passado um longo tempo, chegou ao morro verde e alto. Quando subiu, lá estava ela. Mas parecia que haviam fechado as janelas, pois ele não viu nada dourado. Chegou mais perro e ai quase chorou, porque as janelas eram de vidro comum, iguais a qualquer outra, sem nada de ouro nelas.
Uma mulher chegou a porta e olhou carinhosamente para o menino, perguntando o que ele gostaria.



- Eu vi as janelas de ouro lá do nosso morro – disse ele -, e vim para vê-las, mas agora elas são só de vidro!
A mulher balançou a cabeça e riu. – Nós somos pobres fazendeiros. E não temos como ter janelas de ouro. Vidro é melhor porque podemos ver através.
Fez o menino sentar-se na escada e lhe trouxe um copo de leite e um pedaço de bolo. Então, chamou a filha, da idade do menino, e os deixou. A menininha estava descalça como ele e usava um vestido de algodão muito simples, mas os cabelos eram dourados como as janelas que o menino havia visto. 



Ela passeou com ele pela fazenda depois quando já haviam comido uma maçã juntos, e assim se tornando amigos, ele perguntou sobre as janelas douradas. E para sua surpresa a menina confirmou dizendo que sabia tudo sobre elas mas que ele tinha errado a casa.
- Você veio completamente na direção errada! Venha que vou lhe mostrar a casa, de janelas douradas. Foram para um mirante que se encontrava atrás da casa, e pelo caminho ela lhe comentou que a casa somente poderia ser vista naquele horário perto do por do sol. E ele confirmou!

Chegando lá, a menina apontou: 
Lá longe, num morro distante, havia realmente uma casa com janelas douradas de brilhante e diamante, exatamente como ele havia visto. E quando ele olhou bem, o menino viu que era a sua própria casa!
Logo, disse a menina que precisava ir. Deu a ela sua melhor pedrinha, a branca com listra vermelha, que a carregava por um ano no seu bolso. Ele deu-lhe um beijo e prometeu voltar, mas não contou o que descobrira.

Desceu o morro, enquanto a menina o olhava na luz do sol poente.
0 caminho de volta era longo e já estava escuro quando chegou a casa dos pais. Mas o lampião e a lareira luziam através das janelas, tornando-as quase tão brilhantes como as vira do mirante. Quando abriu a porta, sua mãe veio beijá-lo, e a irmãzinha correu para abraçá-lo pelo pescoço. Sentado perto da lareira, seu pai levantou os olhos e sorriu.


- Teve um bom dia? - perguntou a mãe.
- Sim! - 0 menino havia passado um dia ótimo.
- E aprendeu alguma coisa? - perguntou o pai.
- Sim! - disse o menino. 
- Aprendi que nossa casa tem janelas de ouro e diamantes.

Parece que nós também apendemos uma coisa hoje. 
Eu aprendi que minha casa também tem janelas de ouro e diamantes. 

E a sua?

quinta-feira, 24 de março de 2016

Um segredo, da cabeça ao coração…

Certo dia, a Mente cansada e estressada de tanto pensar e descobrir formas de acalmar o Coração, resolveu colocar um ponto final em tudo:
- Olha Coração. Você precisa se controlar mais. Deixar de ir e vir com o sopro do vento. Regular suas batidas evitando acelerar bruscamente. Se proteger contra as desilusões.
- Mas Mente, impossível. Meu viver é isso. Eu não sou o controle. Eu pulso. E no pulso está a vida.




- Ah Coração, mas se você não aprender a se controlar, vou ficar muito prejudicada. Veja bem, toda vez que você se apaixona, eu tenho muito trabalho. Preciso pensar muito. Produzo muitas imagens. Arquivo as sensações e memórias. Faço um trabalho árduo para que a paixão fique aqui, estabelecida…
- Mas Mente, você não precisa fazer isso. A paixão não é estável. Ela é para ser instável…
- Mas Coração, de que adianta apaixonar-se então? Pra que isso, se vai depois sofrer a desilusão lá na frente?
- Mas Mente, se eu não me apaixonar, não poderei amar. Na paixão eu me jogo e no amor me recolho. Na paixão eu salto, pra ser abraçada pelo amor. É assim que funciona.
- É, mas a paixão é perigosa. Você não pode ser tão impulsivo. Precisa parar e analisar a situação. Ver o que é certo e o que é errado. Precisa ponderar.



- Mente, você já imaginou um coração ponderado????? Aquele que bate a vida toda no mesmo ritmo... Imagina!!!!!!


- Seria maravilhoso! Eu teria algum tempo de folga, sem precisar apressar-me na condução dos hormônios, sem precisar arquivar sensações, sem precisar fazer conexões nervosas. Nada. Poderia enfim descansar.
- Mas Mente, o dia que você descansar, você morreu. Você quer morrer com vida?


Fez-se 1 minuto de silêncio… e o Coração continua:
- Se você nega o seu trabalho, fica mais difícil. Aceite-o e deixe-me fazer nosso corpo viver. Vamos encontrar as pessoas, relacionar com elas e senti-las. E através do outro sentir o toque, o olhar. Perceber-nos. Nossa demarcação no espaço. Nosso movimento. Vamos viver Mente! Vamos viver!!!!!
- Eu estou cansada …. tenho medo. Preciso te segurar…
- Não me segure … me deixe sentir, pulsar…
- E se morrermos?
- De amor? Pergunta o Coração. _ Jamais morreremos de amor. Morreremos de desamor. isso sim. Se entregue!
- Coração, não sei me entregar. Não tenho coragem. Seria loucura!
- Mente, permita-se a loucura. Estamos juntos.
- Você quer ser louco? Por inteiro? Não quer um pouco de razão as vezes, um pouco de contenção? De medidas? De limite?
- É Mente…. as vezes preciso disso. Será? Estou confuso? É que a desilusão dói mesmo. Até em mim. Me sinto vazio. Com um buraco…



E a Mente toda faceira, faz um suspense e diz, soberana:


- É por isso que existo! Pra te proteger de tudo isso! Eu preciso fazer TUDO isso. É cansativo, mas é o meu trabalho!
- Mente, eu gostaria de sentir isso só uma vez mais…  eu preciso. Não quero morrer. Preciso pulsar… Agora quem tem medo sou eu. Medo de não amar. Medo de não viver…
- Coração, o Medo sou eu que te coloco. É um limite. Estou fazendo meu trabalho tão bem feito, não estou?
- Está, mas não me sinto feliz … parece perfeito, mas não é. Onde vou me recolher, senão no amor? Você pode vir aqui, me abraçar?
- Eu? Jamais!… vou te contar um segredo, bem baixinho, escute aqui…


Estrada é a meta!

Estrada é a meta!