Liberdade! Voar foi necessário...

Uma vez um amigo comentou uma das várias paixões que tenho na vida!!!
A liberdade! Não existe um único sentido para a palavra. Você pode ver e definí-la como um sentimento amplo e bastante variado, mas nunca único... 

Como definição na Wikipédia, encontrei:


Liberdade, em filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional, isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.


Este desenho ao lado, foi feito no ano de 1976, quando buscava entender certos impulsos que já sentia ao falar de viagens.
Sabemos que viajar é preciso...
Os horizontes se tornam próximos...
As distâncias se encurtam...
A mente se abre !!!


Para buscar a liberdade, precisei ser um pouco egoísta e olhar para dentro do meu coração como se não existisse mais ninguém no mundo. 

Comecei a viajar, usando desta minha suposta liberdade aos quinze anos de idade, quando saia do trabalho e ia direto para a antiga rodoviária de São Paulo. Sem rumo definido, escolhia um destino em que eu viajava a noite inteira. Amanhecia na cidade, e passava o dia buscando os pontos interessantes e turísticos do local.

Aprendi muito assim...através de amigos, 

aprendi a sentir as sensações das motocicletas...

Que liberdade ! 
o vento no rosto, 
a velocidade nas estradas, 
a paz e a brisa fresca do campo,
o sol nas praias, 
as pessoas do caminho, 
só podiam aumentar o meu "TESÃO" pela liberdade. 


Bons amigos...livres como ar !!!

Como o tempo que passa,

a estrada fica para trás, 

busco em novas aventuras,

manter a liberdade que encontrei...

As distâncias  se encurtavam com o passar dos anos.

A moto limitava meu sonhos...

Tardava o meu encontro com o mundo, afinal, os caminhos se tornariam mais longos...

Resolvi ampliar meus horizontes, 

e nestes casos a melhor maneira é o avião...

Um grande amigo comentava sempre!

Depois de uma motocicleta só encontro a paz voando...

Foi com esta pensamento que meu querido amigo Paulo Torres iniciou sua história com a aviação...

Eu entendo e me orgulho muito do meu  saudoso amigo, pois voei algumas vezes com ele na Praia Grande, SP e a sensação de liberdade e paz é inacreditável.

O sentimento é que somos pequenos perto de uma imensidão criada por Deus.  

Afinal! Ter total controle de um motor de Fusca, (como ele mesmo dizia) a metros de altitude é algo singular.

Voava em Girocópteros ou Autogiros (como se diz em Portugal) !!! É um tipo de aeronave cuja sustentação em vôo é fornecida por asas rotativas. Parece que voamos em uma cadeira de lanchonete...

Ao contrário dos helicópteros, o rotor gira independente do motor, em auto-rotação como resultante aerodinâmica do movimento à frente; a propulsão é fornecida por uma hélice convencional (na parte de trás) movida por um motor.

Não me dediquei a aprender tanto sobre este assunto como meu amigo. Bem que gostaria. Na verdade eu só queria voar ! 

Para ser livre precisei voar como os pássaros !!!

Uma relação com o ar, o vento e espaço abriram meu campo de visão.

Sei que todos tem suas experiências e suas aventuras, mas de uma coisa eu tenho certeza !!! Eu tive muitas e amei cada uma delas !!! Cada história que curti foi vivida com a liberdade que eu conquistei, sem barreiras ou fronteiras, sem preconceitos ou crenças e sem qualquer outro limitador. Vivi realmente a intensidade dos meus momentos. Desejo a todos o tudo de bom !

Perdi meu amigo anos atrás em um acidente de avião. Foi uma falha mecânica que derrubou meu companheiro, mas tenho plena convicção, de que, onde quer que ele esteja, viveu sua liberdade com muita energia e responsabilidade. Portanto...

Faça da sua vida o melhor que puder para que um dia suas lembranças te levem as mais bonitas recordações.

Saudades Comandante Paulo Torres, meu amigo Abacate.

Festas Juninas no Brasil e no mundo

Vinicius com 4 anos

Hoje estou me preparando para mais uma festa junina no Brasil.
Meu filho de 7 anos, já se rebelou este ano, dizendo ser esta a última festa em que ele vai dançar a tradicional quadrilha devidamente trajado. 






Sem querer ser pretensioso, poderíamos pensar que esta é uma data e festa específica,  comemorada no Brasil. Mas sabemos é claro que esta é uma festa mundial e segundo pesquisas, encontrei muitas maneiras de celebrarmos a data.

A tradição dessa data nas diferentes culturas:

Apesar de toda a brasilidade das festas juninas, as roupas caipiras e o quentão perfeitamente adequado ao inverno, saiba que a origem da comemoração não é daqui e data de um tempo bem mais distante. A nossa conhecida homenagem a São João é na verdade, uma festa pagã do solstício de verão. Somente na Idade Média a festa foi incorporada ao cristianismo e passou a ser associada ao santo. Até hoje as festas juninas são muito importantes na Europa e no mundo e aqui vou mencionar algumas.

Herdamos quase todas as tradições da nossa festa dos lusitanos, que posteriormente foram acrescidas de um toque de cultura nacional. Para os portugueses festa junina boa tem que ter arraiais com fogos de artifício, deliciosas sardinhas assadas, música pelas ruas convidando todos a saírem de suas casas e participarem da comemoração e claro...as batidas com martelinhos de plástico ou alho-poró nas cabeças das crianças e rapazes que querem se meter com as mocinhas solteiras.

Aproveitando a animação de ter a cidade inteira reunida, a decoração, os comes e bebes, em Lisboa é muito comum a realização de casamentos múltiplos no dia de Santo Antônio. Geralmente 200 a 300 casais "econômicos" costumam se aproveitar da data todos os anos e afirmar os votos com a benção do santo. 

Além do Brasil, outras comunidades em países que serviram como colônias portuguesas como as de Macau, Índia, Malásia, e muitas outras na África e na Ásia, a tradição dos santos populares é bem forte e as festas muito bem comemoradas.

  

Apesar dos santos mais populares que são celebrados na festa serem São João, Santo Antônio e São Pedro, uma infinidades de outros santos também é homenageado (dependendo do que se está desejando) e as festas são geralmente chamadas de Festas dos Santos Populares ao invés de Festas Juninas.

Em algumas cidades as festas se assemelham até ao carnaval de Salvador com pessoas nas ruas pulando e festejando por vários dias seguidos. Quem já foi em junho para a cidade do Porto sabe do que estamos falando!

Com muitas características pagãs ainda, a Fête de Saint-Jean, também é comemorada no dia 24 de junho. O mais impressionante é a enorme chavande, fogueira para homenagear o santo. Ao invés de paçoca e canjica, na França queijo e vinho dominam... na verdade, qualquer festa. Uma experiência muito interessante para conhecer a quadrilha original, já que a dança quadrille veio de lá.

Se no Brasil a figura principal da festa junina é o matuto, o caipira com suas calças remendadas, buracos no lugar de dente, chapéu de palha e monocelha, na Noc ?wi?toja?ska (Noite de São João) polonesa a figura que domina são os piratas, as ulas e os lobos do mar!

A festa que começa geralmente as 8 horas da manhã do dia 23 de junho e costuma varar a noite com pessoas fantasiadas de tudo, não apenas de velhos lobos do mar, se espalham pelas ruas de Varsóvia e Cracóvia, onde a comemoração faz parte do calendário oficial das cidades. 

Se tivéssemos que fazer um "flyer" da festa seria algo como "loucuras de uma noite de verão", já que estão celebrando o solstício, o dia mais longo do ano, é comum celebrar a vida, a natureza, os instintos com inúmeras doses de vodka e mergulhos nos lagos públicos..."a pirate life for me"...

A maior de todas quando o assunto é duração, a Ivana Kupala (Sim, Ivan é João em russo) vai do dia 23 de junho ao dia 6 de julho e apesar de ser atualmente uma festa da Igreja Ortodoxa, suas características são pagãs por exelência: se celebra o fogo, a água, a fertilidade e deve se pensar em purificação (igualzinho a qualquer carnaval ou micareta por aqui certo?). 

Muitas mulheres jogam flores nos rios para ter sorte (e quem sabe uma noite boa). É de lá também que vem a tradição de pular a fogueira, coisa impossível de se fazer na França por exemplo.

Inesperadamente, a festa junina da Suécia, "Midsommarafton", é uma das mais famosas do mundo e de longe, é a festa nacional mais importante, e pasmem, é mais comemorada do que o natal. Talvez a proximidade da casa do bom velhinho e das renas tenha deixado os suecos enjoados da festa de fim de ano. 

Seus costumes valem para os outros países da Escandinávia e com o mesmo caráter rural das nossas festas, as cidades grandes como Estocolmo ficam desertas já que quase todos vão para as suas casas no interior e vestem suas roupas típicas do dia 20 a 26 de julho. 

Comidas em grandes quantidades e da época como morangos e batatas dominam as mesas enormes nos centros das cidades. Flores decoram praças e casas. Umas das várias simpatias praticadas na época pelas mulheres é colocar buquês de 7 ou 9 flores diferentes para durante a noite, sonhar com seu futuro marido. Ao invés da fogueira, as pessoas se reúnem ao redor de um mastro, o "majstången", para entoar cantos tradicionais.  

Todo este texto que escrevi e tive o capricho de pesquisar,  foi apenas para dizer que este ano pode ser, segundo meu filho, a última festa junina em que ele vai dançar e se trajar típicamente para participar da tradicional quadrilha infantil. Realmente eu espero que não! Isto é ainda para mim, uma linda demonstração de amor e carinho, crescimento e evolução da criança amada que tenho em casa. 

Obrigado filho!

P.S. - Vou tentar algumas fotos de sua dança dos noivos.