Minha atual situação...dieta médica!

Me afasto vez ou outra destas linhas, 
mas sempre tem um motivo 
por não escrever no 
meu blog...

O tempo passou e com ele a minha saúde, alterando meu tempo livre e meu estado de espírito. 

A atual condição de saúde que estou vivendo me fez lembrar destas palavras que li em algum lugar :

Os bons dias te dão felicidade. 

Os maus te dão experiência.

Ambos são essenciais para a vida,

A felicidade te faz doce, 

As quedas te tornam e mantém humilde...

Mas só Deus te mantém caminhando!

Vi minha vida escapar por uma fresta da porta...
Mas apoiado na fé, permaneço aqui para atualizar estas páginas...

Vou tentar resumir minha jornada, 

e quem sabe consiga explicar minha atual situação:

Neste mês de agosto de 2013, no dia 13; uma forte tosse causava falta de ar, e comecei a ter dificuldades para respirar. 

Fui levado pela minha esposa para o Hospital São Camilo, na unidade Ipiranga. 

Tudo começou nesta noite!

Fui ao Pronto Socorro e acabei internado  por insuficiência respiratória, e para ser honesto, eu realmente não tinha idéia da real condição da minha saúde. 

Passei esta noite em observação.

Amanheci na UTI, entubado, sem poder falar, respirando com aparelhos e espetado por agulhas afiadas em vários pontos do meu corpo. Minha alimentação era por via endovenosa, que significa, direto na veia!

Os dias foram passando, e eu naquela incômoda situação de não ser mais dono do meu corpo. 






As acomodações da UTI eram assim, porém falta na foto os aparelhos que eram ligados a mim, limitando meus movimentos. Apesar de tudo, me adaptei ao cotidiano do Hospital, ou melhor, da UTI que era muito barulhenta, com muita gente trabalhando; enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, raio X, entre tantos médicos que passavam e delegavam sempre alguma ordem a alguém.

Banhos eram dados, me reviravam na cama, me acordavam a cada minuto que eu começava a dormir. Vezes para me medicarem, outras para sugar meu sangue bom, pareciam morcegos, pois vinham apenas na madrugada. Furavam meus dedos para verificar as alterações da glicose, ou minha diabetes, que eu não tinha, mas os medicamentos causavam as descompensações, e assim me espetavam outra vez para corrigi-la.

Com muitos exames realizados foi diagnosticado um megacólon, similar a este da foto ao lado, que causava fortes dores abdominais e que eu convivia há muito tempo. 
Eu, na verdade me acostumei com as dores que iam e vinham, e passavam com os dias, e assim eu fui vivendo anos, trabalhando, viajando e seguindo a vida.

Agora, você pode estar se perguntando, mas o que tem haver este tal de megacólon e com a sua insuficiência respiratória? 

Eu explico amigos, eu estava com início de pneumonia, mas vejam a ilustração à direita para entenderem  melhor.

Com o intestino dilatado e grande, os órgãos inferiores subiram pressionando o pulmão e o coração. O pulmão esquerdo foi tão pressionado que diminuiu de tamanho, causando dificuldade para respirar. Fui tratado da pneumonia e após 15 dias de internação, ganhei minha carta de "alforria" e fui embora pra casa com uma enorme lista de remédios de uso continuo. 

Comprei todos eles e passei a tomá-los. 

Neste período de internação, após o raro diagnóstico, os médicos discutiam uma possível cirurgia. O que seria? Cirurgia de tórax ou intestino? Surgiram muitas dúvidas em relação a cirurgia que deveriam fazer, e se neste momento, seria adequado qualquer intervenção. Cheguei a duvidar da capacidade dos médicos que não tinham a solução apropriada para a minha enfermidade. Me senti uma cobaia de laboratório, e isto não me fez bem.

Eu estava ainda debilitado e fraco, porém em melhor estado e então me liberaram para que eu me recuperasse em casa (com uma alimentação mais leve e sem extravagância e ainda fizesse um acompanhamento ambulatorial. 

Eu mais do que de pressa, concordei!

Feliz da vida, e com uma lista exagerada de medicamentos, voltei ao trabalho, e fui recebido pelos colegas com muito carinho e amizade. 

A minha alegria durou pouco! 
No domingo, dia 09 de setembro, eu estava de folga e passei o dia muito bem, almocei, porém com restrição de quantidade e sem exageros. 
Para a minha surpresa, a noite comecei a sentir as fortes dores abdominais, as mesmas que eu sempre tive e já havia me acostumado. 

Senti muitas dores na madrugada de domingo e o dia inteiro da segunda feira. Enfim, minha esposa percebeu que eu realmente não estava bem e me arrastou para o Hospital novamente. Entrei pela emergência outra vez e fui prontamente atendido. Eu imaginava que ia ser medicado e voltaria para casa e a minha rotina de trabalho. 

Engano meu! 

Me medicaram e me acomodaram num apartamento para observação onde passei a noite. Não estava mal, aliás, pensava que estava bem; entretanto, no dia seguinte me levaram novamente para UTI e outra vez, fui dopado e entubado, e por um dia não era dono das minhas ações e fiquei fora do ar. 

Acordei apenas no dia 12 de setembro, todo costurado, entubado, amarrado na cama como um prisioneiro de alto risco. O fato de estar completamente entubado não me incomodava pois eu já era um veterano nessa modalidade. O que mais me irritou foi estar amarrado. O enfermeiro responsável naquele momento não me conhecia, e não soltou as amarras...felizmente foi por pouco tempo, pois logo houve a troca de plantão e o outro enfermeiro já conhecido da internação anterior sabia que eu era um paciente suscetível ao tratamento me desamarrou. Afinal, deixei-me nas mãos de Deus. Precisei me apoiar na minha fé para que os dias passassem e eu me recuperasse. e foi assim... 

Eu sou uma pessoa completamente adaptável e sabia que estava ali por uma necessidade da vida e minha saúde estava correndo riscos. Lembrava da minha família, esposa, mesmo cansada e hiper atarefada não me abandonou nenhum momento sozinho no Hospital, estando sempre presente nos horários de visita e ainda pensava muito e principalmente no meu filho de 10 anos que é muito apegado a mim e sentiria muito a minha perda. Deus me recarregou de forças, como ainda o faz, apesar de todas as dificuldades de hoje.

A cirurgia foi feita no fatídico dia 11 de setembro com sucesso e levou aproximadamente 5 ou 6 horas para terminar. Foi retirado de mim, 3 metros de intestino grosso que houvera torcido e haveria de estourar se a cirurgia não fosse feita. Ganhei com ela uma cicatriz que dividiu ao meio o meu peito, mas com a esperança de viver dias melhores. 

Isto me lembra Frankstein ou Chuck...kkkkkk

Agradeço a Deus por ter colocado em meu caminho, médicos tão sábios e competentes e que eu cheguei a duvidar, e que identificaram na hora exata de realizar a operação. Aos poucos, fui melhorando, devolvendo ao hospital sondas e as agulhas espetadas em mim...

Aos poucos fui melhorando e me recuperando, estabelecendo uma rotina com minha situação. 

Tive alta do hospital no dia 27 de setembro pela manhã, mas acabei almoçando nos hospital, para não perder a deliciosa refeição preparada especialmente pra mim. Quando você passa semanas se alimentando por via endovenosa, acaba achando que comida de hospital é um banquete imperdível.  

Hoje, já estou em casa, medicado e com uma dieta a "base de caldos" e sem sal e sem açúcar por causa da suposta diabetes medicamentosa ou não. Sigo em observação a respeito da diabetes, restringindo muito a minha alimentação. 

No momento estou bem e em plena recuperação, e graças ao carinho, amor e respeito da família e amigos me sinto a cada dia melhor.

No inicio eu estava com muitas restrições de alimentação, não podia dirigir, o que me abalava muito. Ficar dependente da minha esposa para me levar onde eu queria, isso me deixava possesso, afinal, comer mal, ficar inativo em casa e ainda dependente da mulher...oh meu Deus !

Agora, já estou comendo normalmente, voltei a dirigir, e posso sair a hora que desejar. Só não posso levantar peso!